O Irã está desenvolvendo um novo software para monitorar as redes sociais na grande rede mundial de computadores. A informação veio do chefe de polícia da República Islâmica.
O general Esmail Ahmadi Moghadam, segundo citações publicadas no sábado (05) na imprensa iraniana, disse que o novo software vai impedir que os iranianos fiquem expostos a conteúdo online malicioso enquanto eles "desfrutam" dos benefícios da internet. Não foi revelado quando o programa estaria pronto, apesar de rumores apontarem o mês deste ano.
Moghadam também não especificou quais redes sociais seriam afetadas, mas o Facebook e Twitter são muito populares no Irã. Os navegadores iranianos têm acesso a maior parte da Internet, embora as autoridades tenham bloqueado alguns sites associados com a oposição, bem como aqueles considerados moralmente corruptos ou que promovem a dissidência.
É importante lembrar que o Irã criou, em 2012, uma agência do governo para monitorar o uso da internet no país, que possui um dos filtros mais rígidos a nível mundial e no mês de maio chegou a proibir o acesso a páginas populares como o Gmail, Hotmail e Yahoo!.
A censura na Internet é proibida, porque é um conceito que, definitivamente, vai contra a lei de liberdade de expressão, o que não quer dizer que não ocorra em certos casos. É comum que grandes grupos econômicos procurem influenciar os meios de comunicação, ou que grupos armados os ameacem, ou que a falta de garantias no que diz respeito à integridade física dos jornalistas os intimidem, fazendo-os desistir de tornar a informação pública.
Mas o que dizer quando a informação vem de fora da jurisdição do país?
A tecnologia pode dar uma força, como o Irã tem demonstrado, o detalhe é que esse recurso está disponível tanto para quem censura como para quem está vendo seus direito cerceados, e é por esta razão que alguns iranianos estão recorrendo a softwares de redes virtuais privadas (VPN) que fazem com que o computador apareça como se estivesse em outro país.
Se há apenas alguns dias estávamos comemorando o aniversário do protocolo TPC/IP que marcou o início de uma era de conexão entre computadores de todo o mundo, estamos diante de uma situação totalmente contrária, na qual um país prefere se isolar em uma rede própria que contenha apenas o que o governo filtrar, e o pior, alegando que é a pedido dos seus cidadãos.
Será?