Começou hoje um dos maiores embates da história da indústria tecnológica. O centro da discussão é o sistema Android, que segundo a Oracle, utiliza a tecnologia Java sem permissão, violando uma série de patentes e copyrights da empresa.
A Oracle adquiriu da Sun Microsystems em 2009, tornando-se a detentora das licenças de propriedade intelectual do Java. Esta tecnologia torna um software compatível com diversas plataformas, simultaneamente. Segundo a Oracle, a Google utiliza esta tecnologia de forma indiscriminada, distribuindo de forma gratuita e impossibilitando que a Oracle licencie o Java no mercado de telefonia móvel.
A Google se defende afirmando que os códigos envolvidos no processo não podem ser considerados propriedade intelectual da Oracle, pois linguagens de programação não são expressões fixas em código, mas sim estruturas que representam ideias, algo que não podem ser consideradas propriedade intelectual.
Além da cifra alta envolvida no processo (fala-se em valores na casa dos US$ 1 bilhão), uma vitória da Oracle poderia trazer consequências duras ao sistema operacional da Google. Caso a justiça defina em favor da Oracle, a empresa poderá cobrar royaltes sobre a venda de cada aparelho equipado com Android ou, num efeito ainda mais sério, proibir a Google de utilizar o Java em seu sistema. O segundo quadro, se concretizado, praticamente inviabiliza o Android, já que o Java é a base de uma grande parcela das funções e aplicativos dos sistema. Como única saída, isto forçaria a Google a redesenhar o sistema de forma radical e tornaria muitos de seus apps disponíveis hoje, inúteis.