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Fundação Bill Gates financia pesquisa de vacina contra a malária no AM




Fundação de Medicina Tropical contará com US$ 1 milhão da Bill & Melinda Gates Foundation para estudo do DNA do plasmodium causador da doença.

A Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT/AM) intensificará, a partir do ano que vem, os estudos do DNA do parasita causador da malária Vivax, o tipo mais comum da doença, com predominância na região amazônica brasileira.

O grande desafio será vencer a resistência do plasmodium aos medicamentos hoje utilizados no tratamento e fazer com que avancem as pesquisas em direção à descoberta de uma vacina.

Para isso, a instituição estará recebendo um aporte financeiro no valor de US$ 1 milhão, proveniente da Fundação Bill & Mellinda Gates.

A organização já desenvolve pesquisas sobre malária em outras regiões do planeta, como a África e a Ásia, e pela primeira vez se voltará para o estudo da doença no Brasil, com um projeto da FMT/AM como ponto de partida.

"Esses estudos a longo prazo podem levar ao desenvolvimento de uma vacina contra a malária Vivax", ressalta a diretora-presidente da FMT/AM, Graça Alecrim, que há mais de 20 anos se dedica à pesquisa para o controle e terapêutica da malária no Brasil.

Autora de diversos estudos publicados sobre a doença, Graça classifica a obtenção do financiamento como um reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos pela Fundação de Medicina Tropical.

Segundo ela, a instituição trabalha hoje com diversos projetos de pesquisas visando o aperfeiçoamento de diagnóstico e tratamento da malária. A notícia do financiamento internacional foi trazida pelo diretor de Pesquisa da FMT/AM, Marcos Lacerda, que participou nos dias 17, 18 e 19 de outubro, do II Fórum sobre Malária promovido pela Bill & Mellinda Gates Foundation.

Marcos representou o Brasil na reunião e apresentou os resultados dos trabalhos desenvolvidos pela Fundação de Medicina Tropical, por meio de convênios firmados com organizações nacionais e internacionais.

Ao todo, a Fundação Bill Gates destinou US$ 3 milhões às pesquisas que serão desenvolvidas a partir do ano que vem, repartindo os recursos entre Brasil (Amazonas), Tailândia e Papua-Nova Guiné.

Desafio
"É a primeira vez que o Brasil tem assento na reunião da Fundação Bill Gates para discutir malária", afirma Graça, autora do primeiro estudo sobre resistência do Plasmodium vivax nas Américas, publicado em 1999.

A resistência do parasita aos medicamentos é o principal desafio a ser vencido pela comunidade científica mundial e que pode, num futuro, levar ao desenvolvimento de uma vacina.

Graça Alecrim explica que todos os avanços obtidos nessa área são provenientes de estudos que vão da estrutura genética dos parasitas causadores da malária a testes com novas drogas voltadas ao tratamento, daí a importância dos grupos de pesquisa.

A redução do número de casos de malária observada ao longo dos últimos anos é, em parte, reflexo desse trabalho.

"A redução de casos resulta de uma força conjunta da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), que trabalha no controle da malária, e da Fundação de Medicina Tropical, que age na parte da terapêutica. A incidência da malária causada pelo Plasmodium falsiparum teve uma redução há aproximadamente dez anos.

Na época, um estudo acerca do medicamento Coarte, sob coordenação da Fundação de Medicina Tropical, foi responsável pelo decréscimo no número de casos.

Graça Alecrim lembra que o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou das pesquisas.

Dados
O índice de redução do número de casos de malária no Estado do Amazonas, entre os anos de 2007 e 2011 é de 70%.

Deste total, 27,61% foi a redução observada no número de casos de malária entre janeiro e agosto de 2010 (54.675) e o mesmo período de 2011 (39.577).

Noventa por cento dos casos de malária registrados no Brasil, com predominância na região Amazônica, são do tipo Vivax.

Eficácia
Outro estudo a ser desenvolvido a partir do ano que vem pela Fundação de Medicina Tropical é o que vai apontar a eficácia do medicamento Tafenoquina, nova droga lançada pela indústria farmacêutica, que reduz de 14 para um dia o tratamento da malária do tipo Vivax.

O medicamento será testado em 160 pacientes que se encontram em tratamento na unidade.

Será dada prioridade para os pacientes que tiveram a doença mais de uma vez.

"Pela literatura, não tivemos casos relatados de efeitos colaterais, mas é importante que o estudo seja colocado em campo dentro de unidades hospitalares", observa Graça Alecrim.

Segundo a médica, a fundação trabalhará com duas grandes linhas de pesquisa que ajudarão na redução do tempo de tratamento da malária Vivax, dando prioridade aos pacientes que já não respondem aos medicamentos atuais.

"Costumo dizer que o parasita é mais inteligente que a gente. Com a pressão da droga, ele muda a sua estrutura genética para se manter vivo", sintetiza.

Atualmente, o tratamento é feito à base de Cloroquina e Primoquina. No Brasil, a Fundação de Medicina Tropical tem tradição no estudo e validação de novas drogas contra malária.

Testes
Uma vacina contra a malária falciparum - denominada RTSS - já está sendo testada na África.

Ela foi obtida a partir de pesquisas realizadas ao longo dos últimos dez anos, pela Universidade de Nova York (EUA), com apoio da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas.

No Brasil, sua aplicação não surtiria efeito, visto que o tipo Vivax é predominante.

A pesquisa que resultou na vacina foi desenvolvida pela médica Ruth Nuzweing. A vacina associada a outras medidas aumenta o percentual de proteção contra o tipo mais grave da malária. Depois de serem vacinadas, crianças tiveram uma redução de 47% no risco de contrair a forma mais severa da doença.

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