Avaliação: 8,6
motorolaxoom:
nossa avaliação prós Hardware com configuração acima da média: memória RAM, presença de barômetro e qualidade de imagem da tela contras O sistema ainda não está tão maduro quanto o iOS conclusão O tablet para fãs inveterados de Android e os que nadam contra a mesmice applemaníaca ficha técnica
Nvidia Tegra II 1 GHz (dual core)
10,1'' (1280x800 pixels)
Bluetooth
Wi-Fi
aGPS
3G
32 GB + microSD
Lançado no final de fevereiro nos Estados unidos, o Xoom, da Motorola, é o primeiro tablet da geração Android 3.0 Honeycomb a desembarcar no Brasil. INFO conferiu de perto o modelo em ação durante o Mobile World Congress, em Barcelona e, posteriormente, no INFOlab. A configuração do Xoom é a mais imponente entre os Androids, com tela de 10,1 polegadas, chip dual core, 32 GB de armazenamento interno, câmeras de 5 MP e 2 MP, slot para cartão microSD e portas microUSB e microHDMI. Lá fora, o modelo é vendido por preços entre 599 dólares (com Wi-Fi) e 799 dólares (modelo com conexão 3G e upgrade programado para 4G LTE). Aqui, sua configuração mais básica é vendida por R$ 1.899.
O corpo do Xoom (a pronúncia correta é "zum", apesar da versão "chum" ter sido naturalmente mais bem aceita no INFOlab) é leve e esguio, com construção feita em alumínio. Sua espessura, de 1,3 centímetro, é a mesma do primeiro iPad, embora 5 milímetros maior que a última versão do tablet da Apple. Nas outras dimensões, este gadget da Motorola é bastante semelhante aos rivais iPad, LG Optimus Tab e Galaxy Tab 10.1 – com ressalva para a espessura deste último, que é de 0,8 cm. Ele é o mais pesado dos tablets que testamos, com seus 730 gramas (50 g acima do iPad de primeira geração; 103, 125 e 135 gramas acima de Optimus, iPad 2 e Galaxy 10.1, respectivamente).
Na mão, o dispositivo é bastante estranho – a mesma opinião que temos para com qualquer tablet que passou por aqui. O acabamento é emborrachado para melhor atrito e os altofalantes são posicionados na porção traseira do Xoom, o que não é muito interessante para a propagação acústica, mas previne o tapamento do áudio durante o manuseio. Também é nas costas do gadget que está a câmera de cinco megapixels, ao lado de seu flash de LED botão de liga/desliga. Abaixo, vê-se o logotipo da Motorola e o do Google. Só há uma cor disponível, num misto de cinza-chumbo e preto.
As conexões do Xoom são microUSB e microHDMI, boas para transferência de dados e para mandar a imagem para uma TV de alta definição (isto é, caso você tenha o cabo, não incluído). Na borda superior fica a saída de áudio P2 do gadget, uma localização muito estranha, para não dizer infeliz. A qualidade de áudio, como você já imaginava, é medíocre, somando-se a isso o posicionamento traseiro dos altofalantes.
A tela de qualquer tablet deve ser seu destaque, e a Motorola realmente quis ganhar pontos neste quesito. As 10,1 polegadas do Xoom são preenchidas por 1280 por 800 pontos, tornando sua resolução pouco maior que HD (720p) e resultando em densidade 150 pontos por polegada, um dado bastante avantajado (o iPad 2 tem 132 ppp, para se ter noção). O brilho, cores e ângulo de visão deste LCD também são bastante satisfatórios. Como empregam tecnologia capacitiva de sensibilidade ao toque, sentimos pouca ou nenhuma diferença entre a resposta das telas de tablets das grandes fabricantes, incluindo o desta análise.
A resolução das câmeras do Xoom, de cinco e dois megapixels (traseira e frontal, respectivamente), está no topo da montanha da categoria, com exceção do vídeo. A adição do flash de LED é uma boa tacada da fabricante, apesar de o Galaxy 10.1 e o Playbook, da RIM, filmarem em 1080p, em detrimento das "poucas" 720 linhas de vídeo do tablet da Motorola. A qualidade de captura do dispositivo se assemelha bastante a que fazem os smartphones, com desempenho bom quando em iluminação natural e muito ruim em ambientes de pouca luz. Gostamos do recurso time lapse, para registrar um largo espaço de tempo e, posteriormente, montar um pequeno filme.
Além dos sensores acelerômetro e giroscópio, o Xoom possui também um barômetro embutido, permitindo medir pressão atmosférica em qualquer situação. Esse extra ser útil ou não dependerá da sua profissão, mas de que ele é divertido não temos dúvida.
Uso
O sistema operacional Honeycomb, que rege as atividades dentro do Xoom que testamos, tem quase nenhuma modificação. Há aplicativos padrão para entrar no Gmail, Google Maps (com geolocalização através do GPS assistido) e agenda. O navegador possui abas superiores, ao estilo Chrome, e todos os comandos são realizados pela tela, dada a ausência de botões, assim como há na primeira versão do Galaxy Tab. O QuickOffice, em versão restrita a visualização, permite a abertura de arquivos DOC, XLS e PPS, por exemplo. Arquivos PDF também podem ser abertos e vistos com tranquilidade.
Você está cansado de saber, mas é preciso lembrar a enorme vantagem do sistema Android ser compatível com Adobe Flash, para navegação na internet. A grande disponibilidade de aplicativos gratuitos, no Android Market, é outro ponto forte da plataforma em relação ao dispositivos Apple.
Navegar por entre os ambientes criados pelo Android 3.0, no Xoom, é bastante divertido. Graças ao forte processamento de dois núcleos do processador Nvidia Tegra II de 1 GHz mais os 1.024 megas de RAM, as "homes" podem ser jogadas horizontalmente com facilidade. A animação tridimensional de tais ambientes, apesar de ter sido alvo de reclamação por alguns usuários do Android para celulares, é de fato bem feita e, me arrisco a dizer, bonita.
O teclado QWERTY virtual do Xoom é imenso – e isso não se deve só à grande diagonal da tela. Quando ele é chamado, o conjunto de teclas toma mais que metade de todo o visor, deixando cada comando com espaço consideravelmente maior que um teclado físico (e que os dos outros tablets, também). Por mais que a experiência de digitar no touchscreen, na nossa opinião, ainda seja muito ruim, a Motorola se mostrou realmente disposta a facilitar a tarefa. Um dos extras disponibilizados pela fabricante, na sua loja virtual dos EUA, é um teclado de verdade, que se conecta ao gadget via Bluetooth. Ponto negativo para a ausência de capacidade Swype.
Há uma bela gama de acessórios feitos pela própria fabricante. Se não há a tão bem-quista capa Smart Cover, existe a Portolio Case, que, segundo a Motorola, estará em breve disponível no país – nos EUA, ambos dispositivos têm o mesmo preço. Lá fora, também existe uma dock com altofalantes, saída de vídeo e recarga para o tablet.
A duração de bateria rodando vídeo, nos nossos testes, foi de 6h19min, ou uma hora e quatro minutos a menos que o iPad 2.
Em suma, não há dúvida de que o Xoom é um forte concorrente para o iPad 2 – que dirá para a primeira versão do tablet da Apple. O sistema operacional precisa melhorar muito para se equiparar à experiência proporcionada pelo iOS, mas há aplicativos gratuitos e um potencial de refinamento futuro muito maior, graças ao seu caráter aberto. O hardware tem seus vícios – o Xoom é mais espesso e pesado que o iPad 2 – e suas virtudes: as câmeras e tela são inquestionavelmente melhores. Quem compra um iPad adiciona (mais) uma maçã mordida ao seu inventário de status quo eletroeletrônico, mas a Motorola e seu investimento pesado no mercado brasileiro garantem promoções aqui e acolá, pondo lenha na fogueira do nicho.