O mundo dos videogames começou a mudar em 1994 quando a Sony colocou no mercado a primeira versão de seu console PlayStation. O sucesso foi tão grande que em 15 anos o equipamento ganhou mais duas versões e derrubou as antigas líderes de mercado Sega e Nintendo.
A primeira abandonou a produção de consoles e a segunda só se recuperou do baque em 2006. Enquanto se consolidava como principal competidora em diversões eletrônicas, a Sony nunca pareceu ligar muito para o mercado brasileiro. Comentários e boatos foram e vieram com o passar dos anos, mas o desembarque oficial do console nunca aconteceu.
Agora, a empresa começa a correr atrás do tempo e do espaço perdidos para o mercado informal. No fim do mês, chegam às lojas os primeiros títulos para PlayStation produzidos pela Sony no Brasil. "Queríamos ter começado antes, mas o processo envolve royalties e relacionamento com outras unidades da empresa", diz Jorge Magalhães, diretor geral da Sony DADC, unidade do grupo voltada à fabricação de CDs e DVDs. Só fica faltando trazer os consoles oficialmente para o país.
Segundo Magalhães, outro fator que atrasou as negociações foi o tamanho da pirataria no país, que pode chegar a 90% do mercado. "É muito difícil brigar com a pirataria, mas temos que brigar", diz Magalhães. Estão incluídos na estratégia o PlayStation 2 (PS2), PlayStation 3 (PS3) e PlayStation portátil (PSP).
No primeiro caso, os jogos serão totalmente produzidos na fábrica da Sony DADC em Manaus. Nas outras duas plataformas, as mídias serão importadas e os encartes e embalagem serão feitos no Brasil.
As três iniciativas contam com isenções fiscais do Processo Produtivo Básico (PPB) do Ministério do Desenvolvimento. A expectativa é de uma redução de 25% no preço dos jogos para PS2 e de 10% para PS3. Como a isenção para o PSP ainda não foi concedida - sairá em até quatro meses -, ainda não há uma previsão de queda de preço. O investimento para produção dos jogos do PS2 foi de US$ 1 milhão em treinamento e aquisição de uma máquina para teste e encriptação das mídias.
Fonte: Valor Econômico.