Mais um capítulo na interminável (e conturbada) “novela” em que se tenta associar o aumento da violência na sociedade moderna e os jogos eletrônicos foi ao “ar” esta semana.
Um novo estudo não encontrou evidência de que os games violentos para PC e consoles aumentem o comportamento anti-social em jovens com problemas psicológicos pré-existentes.
Christopher Ferguson, da Universidade de Stetson e o pesquisador independente norte americano Cheryl Olson publicaram um estudo no “Journal of Youth and Adolescence” (Jornal da Juventude e Adolescência, em tradução livre) em que concluem que os jogos eletrônicos com teor violento, como “Grand Theft Auto”, “Halo” e “Mortal Kombat” não agem como “gatilhos” para a violência.
Pensava-se até então que os adolescentes com sintomas de depressão ou transtorno de déficit de atenção poderiam se tornar valentões ou delinqüentes. Contudo, o estudo descobriu que jogar games violentos agem levemente como “calmantes” sobre os jovens com sintomas de déficit de atenção, além de reduzir o comportamento agressivo e o bullying.
Os pesquisadores estudaram 377 crianças norte americanas com idade média de 13 anos de vários grupos étnicos, clinicamente constatados com elevado grau de déficit de atenção ou sintomas depressivos.
As crianças faziam parte de um grande projeto financiado pelo governo federal norte americano, com o intuito de analisar o efeito da violência dos jogos eletrônicos em jovens.
O debate se os games geram ou não violência entre os jovens é bem antiga e controversa. O mais recente caso aconteceu no início do mês aqui no Brasil, no chamado "caso Pesseghini", onde um jovem com problemas psíquicos que teria matado a família, teria sido "influenciado" por um jogo eletrônico.