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O que eles falam sobre o gamer nas pesquisas não é sério



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Em abril tivemos a divulgação de duas pesquisas estranhas sobre o mercado de games brasileiro. Agora surgiu mais uma, fruto do Censo Gamer 2012, que você talvez tenha respondido online no começo do ano a pedido da Acigames. Mas o que todas essas pesquisas mostram? Que o senhor Fukushima parece ter acertado quando visitou nosso país e disse ao Kotaku Brasil que "as pessoas estão brincando com números".

Não que eu seja um especialista em mercado ou sobrinho do Pachter, mas não é preciso ser um gênio para desconfiar de algumas estatísticas.

Veja os números do Censo Gamer, por exemplo, divulgados pela InsideComm, a agência de mídia responsável pela assessoria de imprensa da Acigames.
Essa pesquisa foi publicada no dia 5 de junho, ganhou versão em inglês para os estrangeiros e até virou um infográfico que reúne as informações mais relevantes. No comunicado oficial, eles dizem: "O ano de 2012 está marcado como o primeiro ano uma pesquisa séria sobre o mercado de jogos eletrônicos no Brasil." Ok.

Mas aí você lê no infográfico que "13%" dos jogadores "compram jogos em camelô" ? o que parece pouco demais, principalmente quando o próprio infográfico diz que "a maioria dos jogadores possui consoles desbloqueados em suas casas." Na pesquisa do Ibope, de abril, que entrevistou 2 mil pessoas em 142 municípios, 31% dos brasileiros tinham videogame em casa, e 48% deles compravam jogos piratas em camelôs e afins.
Em quem acreditar?

E será que 83% dos jogadores "jogam com a família", com diz o Censo? Cara, então eu vivo em um mundo paralelo, amargo e triste, em que os pais falam "legal o joguinho, filho, agora para de me encher o saco."

Acho que uma pesquisa feita apenas pela internet, como o Censo Gamer, e divulgada em meios que são acessados apenas pelos jogadores mais dedicados dificilmente representa o cenário atual. Esse é mesmo o Brasil dos games, ou apenas uma pequena parte dele, aquela mais limpinha e mais interessante para os possíveis investidores? Por enquanto, o Censo Gamer acaba sendo mais um indicativo de "quem são os jogadores que aceitaram responder o questionário" do que uma "pesquisa séria sobre o mercado de jogos eletrônicos no Brasil."

A InsideComm diz que o Censo Gamer será realizado todos os anos a partir de agora, e avisa que as empresas "interessadas em comprar a pesquisa" devem entrar em contato.

Enquanto isso, vou ali tentar jogar com a minha família mais uma vez e deixo vocês com os números:

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