Alan Kraemer diz que "'áudio precisa evoluir" durante keynote no AFDS.
"O áudio ainda não chegou ao seu máximo, está apenas começando a evoluir". Com essa afirmação, Alan Kraemer, vice-presidente executivo e CTO da SRS Labs, começou seu keynote no segundo dia do AFDS - AMD Fusion Developer Summit, evento que ocorre em Bellevue, Estados Unidos, entre 12 e 14 de junho e reúne algumas das principais referências no estudo da computação paralela. Em suas primeiras palavras, Kraemer enfatizou que o surround sound está muito longe da realidade. "Não andamos por aí com caixas de som ao redor de nossas cabeças. É muito longe disso", completou, argumentando ainda que o paradigma do áudio não muda desde que Walt Disney inventou o surround sound, em 1940, com o filme Fantasia.
Mal havia subido ao palco e o executivo falou que o padrão de áudio precisa ser revisto. "Definimos o áudio pelo número de canais e caixas utilizadas em um sistema, o que é muito limitado. A qualidade depende do ambiente e da necessidade". A solução apresentada pelo executivo da SRS Labs para quebrar esse paradigma é o Áudio Multidimensional, ou MDA - Multi Dimensional Audio, em inglês.
A proposta da SRS é mudar um paradigma que resiste a 70 anos no segmento.
No MDA, o conceito de canais e caixas de som posicionadas de forma fixa é totalmente eliminado. Os sons passam a ser representados como objetos posicionados no espaço tridimensional. Dessa forma, qualquer sistema de renderização consegue mapear esses objetos de áudio e reproduzi-los em sua totalidade, criando a melhor experiência possível em todos os tipos de dispositivos e ambientes.
AO áudio multidirecional é a saída, segundo Kraemer.
Kraemer enfatizou que o MDA não é um codec! É uma linguagem aberta desenvolvida para trazer áudio em quatro dimensões. Segundo ele, o MDA não compete com nenhum outro sistema de renderização de áudio multidimensional existente, pois todos os outros sistemas podem renderizar MDA, caso queiram.
A grande vantagem do sistema desenvolvido pela SRS Áudio é criar uma experiência completa em áudio, explicou Kraemer, citando como exemplo o mercado esportivo: "podendo capturar o som em qualquer parte do campo e da torcida, dando exata noção da localização espacial onde cada som foi emitido, possibilitando fácil edição e criando uma experiência mais imersiva e envolvente", exemplifica Kraemer.
Áudio multidimensional levará transmissões esportivas a outro patamar, com total imersão no ambiente.
O vice-presidente executivo da SRS Labs definiu o momento como ideal para a implementação do MDA, pois, segundo ele, dois anos atrás não existia o hardware necessário, e hoje a tecnologia está disponível. Além disso, destacou que o áudio baseado em objetos dimensionais trás novas e significantes oportunidades para implementação de métodos de renderização que criam áudio mais avançado e envolvente que o atual surround sound. Salientou ainda que a forma de renderização adaptável dinamicamente produz a melhor experiência possível, na maior variedade de dispositivos e ambientes, sendo perfeita para uso no cinema, teatro, em casa, tablets e celulares, totalmente adaptável ao ambiente que o usuário e seu dispositivo estão inseridos.
Modelo de como funcionará o áudio multidimensional
Já no "apagar das luzes", Kraemer disse que em seu ponto de vista é essencial criar uma tecnologia que expresse informação através do áudio espacial. O MDA, além de fazer isso, ainda consegue dar um fim aos formatos variados e põem fim a guerra de canais, com um único MDA podendo ser renderizado em qualquer configuração de saída de áudio e número de canais.
O player estará disponivel para Linux, Windows, Mac, sistemas operacionais móveis, etc.
O jornalista viajou a Bellevue a convite da AMD.