Com o Keynote inaugural de Lisa Su, vice-presidente senior e gerente geral de Unidade de Negócios da AMD, começou hoje o AFDS - AMD Fusion Developer Conference.
Segundo a executiva, o evento, que vai de 12 à 14 de junho, em Bellevue, Estados Unidos, é focado na evolução da computação heterogênea (também conhecida como computação paralela), no compartilhamento das últimas inovações do setor e na troca de experiências entre os principais desenvolvedores e especialistas da área, guiando a indústria a um ecossistema aberto e disponível a todos.
Lisa Su, vice-presidente senior da AMD, exalta APU e computação heterogênea
Classificando o AFDS como "o epicentro da computação heterogênea", Su destacou que as mudanças na indústria trazem enormes oportunidades e que a APU (Unidade de Processamento Acelerada - CPU e GPU no mesmo chip) é uma dessas grandes mudanças. Segundo a executiva, a AMD está extremamente comprometida em levar inovação ao mercado e a APU é sinônimo disso. Su complementou seu discurso inaugural afirmando que a AMD já vendeu 40 milhões de APUs desde seu lançamento e que a empresa acredita que a próxima geração de computadores será baseada em APUs, devido ao fato de a plataforma entregar mais desempenho com menos consumo.
Falando sobre a segunda geração das APUs da AMD, codinome Trinity, foi destacado que houve um grande avanço em relação a primeira geração, porém é apenas o início de um ciclo de evolução. De acordo com Phil Rogers, AMD Corporate Fellow, a pergunta que deve ser feita agora é como usar todo o poder gerado pela união de GPU e CPU no mesmo silício. Segundo Rogers, algumas áreas precisam evoluir muito para usufruir o máximo das APUs e da computação paralela como um todo, principalmente os softwares e as ferramentas de desenvolvimento. Atualmente a maioria dos códigos paralelos são executados em CPUs desenvolvidas para trabalhar de forma escalonada, o que é um total desperdício de poder de processamento e, por consequência, de tempo.
Segundo Phil Rogers, o desafio de atrair desenvolvedores é uma das barreiras a serem superadas
Entre slides densos e cheios de informações técnicas, como esperado em um evento para desenvolvedores, Rogers mostrou um slide demonstrando as vantagens práticas que a computação paralela pode trazer para os usuários. Entre essas vantagens, um menor tempo de resposta no controle por gestos, voz e toques, bem como no reconhecimento biomético, efetuado de forma mais rápida, precisa e segura, através do escaneamento de rostos, mão e impressões digitais. Além, claro, da área de multimídia, que já usufrui da computação paralela através de softwares desenvolvidos por empresas de destaque como a Adobe, por exemplo, onde filtros em imagens e vídeos, entre outras funcionalidades, são aplicados em tempo real através do uso da GPU.
Algumas das áreas beneficiadas pela computação heterogênea / paralela
Em 2012, segundo Rogers, o número de softwares compatíveis com computação heterogênea dobrou em relação a 2011. No intuito de facilitar o desenvolvimento de novas aplicações, Rogers destaca a importância de alguns elementos facilitadores para a comunidade de desenvolvedores, porque segundo ele, programar em OpenCL é fácil... para ninjas! Desenvolvedores comuns encontram dificuldades, por isso, durante o roadmap apresentado no AFDS do ano passado, a AMD descreveu o roadmap de HSA - Heterogeneous System architecture - para os próximos 04 anos.
Roadmap de HSA projeta 2014 como o ano em que Computação Paralela estará pronta para desafios
Hoje, para programar em computação paralela utilizando OpenCL, o número de linhas de código quase triplca em relação ao número de linhas quando programado para CPU. Logo, em 2014, com o roadmap do HSA completo, a complexidade para se programar em computação paralela será equivalente à complexidade da programação para CPU. Uma das chaves para esse processo será tornar outras linguagens de programação compatíveis com computação heterogênea, linguagens menos complexas e mais acessíveis para a grande massa de desenvolvedores, como C++, que será implementado ainda em 2012.
Terminando sua apresentação, Rogers lançou oficialmente a HSA Foundation, entidade sem fins lucrativos formada por expoentes do segmento e com interesses comuns: criar condições para que a plataforma HSA se torne um padrão de mercado, mantendo-a aberta e acessível e liderando inovações no setor. Mais sobre a HSA Foundation você encontra neste post.
HSA Foundation chega para somar esforços por objetivo comum
O jornalista viajou a Bellevue a convite da AMD.