Pesquisadores da Universidade de Califórnia em Riverside, EUA, receberam uma doação de US$ 25.000,00 do “National Endowment for the Humanities” que será usada para explorar e adaptar a tecnologia de reconhecimento facial. A intenção é usá-la para desvendar a real identidade de personagens de obras de arte centenárias, principalmente do período renascentista, como a Mona Lisa e a Moça com Brinco de Pérola.
O projeto conhecido como “FACES” fará uso do mesmo software utilizado pelo governo para combater o terrorismo. A adaptação será realizada pois variações na expressão facial, idade e posição do rosto são detalhes que a atual tecnologia não consegue reconhecer. O software será adaptado para lidar também com formas 3D.
O reconhecimento será feito através de um cruzamento de informações da pintura e as contidas em um banco de dados com obras já identificadas. Bustos e máscaras mortuárias também serão analisados.
A base para essa pesquisa parte do princípio de que as pessoas pintadas na época possuíam relevância social nos locais que habitavam e eram muito conhecidas. Encomendar uma pintura custava caro e dinheiro de sobra era privilégio para poucos.
A identidade das obras se perdeu pois com as crises econômicas que atingiram a Europa por várias vezes, muitas famílias foram obrigadas a vender todas as pinturas que possuíam, inclusive os retratos de seus antepassados.
Com esse novo software talvez tenhamos a surpresa de que Mona Lisa seja ou um travesti, ou o próprio Leonardo da Vinci, como sugerem algumas teorias. E, finalmente, descubramos também a identidade da Garota pintada por Johannes Vermeer.