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Google flagrado usurpando banco de dados alheio na África



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O Google está sendo acusado por uma empresa do Quênia, na África, de práticas anticompetitivas da pior espécie.

Em um post especialmente detalhado que foi publicado hoje em seu blog, a startup Mocality, que fornece um diretório de páginas amarelas, escancara os pormenores de uma auditoria que parece revelar práticas nem um pouco éticas para tomada no recorte de diferentes mercados. O alvo de suas denúncias: o gigante das buscas.

Para entender a denúncia, é preciso observar que, como não existem páginas amarelas ou outros grandes diretórios no Quênia, a startup Mocality se organizou como projeto para preencher esta lacuna. Com os últimos anos, ela conseguiu agregar um banco de dados de mais de 400 mil empresas em território queniano, baseando-se principalmente no crowdsourcing e no pagamento oferecido para que os cidadãos validem os dados presentes no diretório.

Segundo o post, a Mocality começou a perceber uma mudança drástica em alguns dos fluxos de SEO em seu projeto e, desconfiada, decidiu dar uma de Sherlock Holmes e empreender uma auditoria na imensa quantidade de chamadas em seu website e bases de dados online.

Em uma medida extremamente inteligente, e reconhecendo que o scrapping (varredura) das chamadas em seus bancos de dados não estava sendo feito por nenhuma programação, mas obviamente por uma equipe de pessoas, a Mocality decidiu direcionar 10% dos visitantes com alguns IPs específicos para um tipo "diferente" de conteúdo.

Em vez das páginas originais que ofereciam os dados para contato com comerciantes e empresas locais, a Mocality decidiu dar seu próprio número de telefone e esperar para ver o que acontecia. Agora, pergunte-me a quem pertenciam os tais IPs e quem fez inúmeras ligações aos telefones oferecidos? Sim, equipes de trabalho do Google em Nairóbi e até na Índia. Mas calma, fica pior ainda.

A descrição detalhada da investigação pode ser vista no post publicado pela Mocality. O pessoal do Google telefonava para as empresas listadas no diretório da Mocality e oferecia que viessem participar do diretório do Google, o concorrente entrando naquele mercado. Nas chamadas a pessoa do outro lado se dizia funcionário do Google, afirmava que a Mocality está entre seus parceiros locais e que estariam oferecendo sites gratuitos e outros privilégios para as tais empresas assediadas.

A estratégia era composta por alegações falsas, incentivos e até dizer que a Mocality (que não cobra nada das empresas locais para aparecerem em seu site) planejava iniciar cobranças de seus afiliados.

O resultado deste encontro inusitado com o Google foi o seguinte: utilizando suas próprias ferramentas em benefício próprio, o Google acabou "pinçando" de graça essa base de dados que foi construída e paga por meio de crowdsourcing ao longo dos anos pela Mocality. Na cara de pau.

No post, Stefan Magdalinski (da Mocality) diz que "não esperava uma tentativa empreitada por humanos (não robots) de, por meses a fio, sistemática e fraudulentamente (alegando falsamente estar colaborando conosco) procurar minar o nosso negócio, perpetrando chamadas de seus call-centers em dois diferentes continentes".

Mas há uma explicação ? julgue por você mesmo o que acha dela.

O Google se diz chocado ao tomar conhecimento do assunto, comprometeu-se a apurar o caso e acabou desculpando-se publicamente com a Mocality. Okay. Mas a base utilizada e tudo o que foi feito? Por ora, só as desculpas mesmo. Abaixo a resposta do Google por meio da declaração pública de Nelson Mattos, VP de Produto e Engenharia para Europa e Mercados Emergentes:

"Ficamos atormentados ao descobrirmos que um time de pessoas trabalhando em um projeto do Google fez uso impróprio de dados da Mocality e representou de maneira incorreta nossa relação com a Mocality encorajando seus clientes a criarem novos websites. Já nos desculpamos publicamente com a Mocality. Ainda estamos investigando como isso ocorreu e tão logo tenhamos todos os fatos, tomaremos medidas cabíveis com os envolvidos."

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