Cada jogo tem seus bons momentos, todos tem pontos de interatividade de uma aventura que os tornam tão divertidos. Eles são diferentes para cada um, alguns de nós podem ser apaixonados por algum sistema de combate ou até pelas reviravoltas na história, enquanto outros podem encontrar-se romanticamente atraídos por um dos personagens principais e seus cortes de cabelos exóticos.
Estes momentos são geralmente curtos e efêmeros, aparecendo uma vez ou outra só para nos lembrar que estamos nos divertindo. Como regra geral, todos temos o mesmo pensamento: "Uau, isso é ótimo", "É o melhor jogo". Só quando algo nos sopra para longe é que percebemos o quanto esses jogos eram realmente bons.
Hoje em dia a maioria dos JRPGs não estão me animando muito. Acho que comecei a perceber isso por que ando em um estado de espirito rabugento e cínico. Ou talvez esse gênero simplesmente não seja mais para mim, pensava comigo mesmo. Talvez hoje em dia eu nunca mais desfrute de RPGs japoneses tanto quanto eu desfrutava quando eu era criança. Talvez eu nunca mais consiga reacender aquela chama magica que iluminava minha imaginação quando jogava Suikoden, Wild Arms e Xenogears. Ou talvez esteja ficando muito velho. Vai saber...
Mas seja como for eu tenho que advogar em defesa de uma injustiça que esta acontencendo com um grande JRPG.
Trails in the Sky, lançado pelos estúdios XSEED Games no início deste ano para o PSP, foi criminosamente ignorado pela maioria dos jogadores do ocidente. Se ele chegou tarde demais no ciclo de vida PSP ou se os fãs de RPG atuais estão tão cegos com o lixo que vem sendo produzido atualmente ao ponto de não conseguir reconhecer mais uma obra prima dos games. Seja qual o motivo verdadeiro, o fato é que Trails in the Sky vendeu pouquíssimas cópias apesar de ser extremamente aclamação pela crítica.
Isto realmente é uma vergonha, porque The Legend of Heroes: Trails in the Sky é um dos melhores JRPGs lançados no ocidente da última década. É simplismente lindo, experiência encantadora e brilhante com um elenco de personagens memoráveis ??que todos conseguem sentir um enorme carisma, ainda mais com a tradução deslumbrante do XSEED. É o tipo de jogo que vai levá-lo para conversar com todos os "NPC" e terminar cada "sidequest" para acumular conquistas ou aumentar sua pontuação de jogador, é o tipo de jogo que faz você implorar para que a história não teja um fim prematuro.
Você joga como Estelle Bright, a filha de um herói famoso que um dia desapareceu , quando o avião que ele estava pilotando caiu misteriosamente na floresta. Estelle e seu irmão adotivo Joshua decidem procura-lo, o que acaba se tornando uma desculpa pouco agradável para você explorar o jogo. E no meio dessa aventura você vai acabar descobrindo uma conspiração do governo, vai lutar contra milhares de inimigos que estão bloqueando o caminho que revelará o paradeiro de seu pai. É uma aventura longa e extensa que me levou umas 50 ou mais horas para terminar completamente. Nessas horas a gente vê como Video Game Portátil é bom.
Mas voltando ao jogo. Cada pedaço de diálogo em Trails in the Sky é envolto em charme e profundidade, tipo os vilões que tem 'discursos extremamente frios". Normalmente em JRPGs, a gente costuma ver pessoas como simples objetos projetado para dizer-lhe que vulcão visitar ou quantos demônios você precisa matar. Em Trails in the Sky, cada personagem tem um nome. Muitos têm suas próprias personalidades, seus próprios conflitos, as suas próprias subtramas menores que você não pôde ver a menos que você volte e fale com eles entre cada uma de suas missões.
Este é um jogo com tanta atenção aos detalhes que cada baú tem sua própria mensagem secreta, a sua própria piada ou comentário poético que você só pode ver se realmente examiná-los quando aberto. Alguns são hilários ("Eu me sinto vazio por dentro.") Enquanto outros são enigmaticamente estranhas ("As vozes em minha fechadura disse que ele estaria de volta.")
Mas mesmo com minha descrença, Trails in the Sky canaliza o tipo de paixão que não sentia a muito tempo em um JRPG, desde dos dias que eu jogava o fabuloso Lunar 2: Eternal Blue Complete. O tipo de paixão conflitante que faz eu parar e pensar nesse momento: "Uau, isso é ótimo"."Essa magia nunca vai embora, nunca vai acabar."