No final do mês passado a Sony lançou oficialmente na Europa o Xperia Play, vulgarmente conhecido por aí como “Playstation Phone“. Mas será que juntar um console com um smartphone foi uma boa ideia? A Sony conseguiu colocar no mercado um aparelho que execute de maneira satisfatória a função de ambas as coisas? Conheça um pouco mais do Xperia Play na sequência!
O Xperia Play tem um design robusto, pesa 175 gramas e, segundo a Sony, conta com uma bateria que aguenta até 5 horas e meia de jogatina. O “problema” é que ele também é um smartphone, logo, a bateria que é gasta jogando pode fazer falta na hora de utilizar outras funções do aparelho.
Para quem se liga em especificações técnicas, vamos à elas:
Tela TFT de 4 polegadas com resolução 854×480
Processador Scorpion de 1 GHz de um núcleo
Chip gráfico Adreno 205
512MB de RAM
Memória interna de 400MB (que pode ser aumentada com cartões de memória de até 8GB)
Câmera de 5MP que filma em 720p e flash de LED
3G, Wi-Fi, Bluetooth, USB, DLNA e aGPS.
A interface do aparelho roda em Gingerbread, a versão 2.3 do Android, e apresenta todas as funcionalidades de um bom smartphone. A navegação pelos menus e funções do aparelho é feita de maneira simples e prática, embora a customização do sistema, com aplicativos para redes sociais e coisas do gênero, deixe um pouco a desejar. Com a interface é simples, a Sony garante que não terá problemas com atualizações para os próximos modelos de Android.
Bom, mas vamos ao que interessa: como é o desempenho do Xperia Play com os games? A resposta é: o controle, que fica “escondido” por uma estilosa aba deslizante, é ótimo para quem está cansado dos “botões virtuais” da concorrência, mas a experiência de jogo propriamente dita ainda pode melhorar.
O controle é bom por ser praticamente igual ao do bom e velho Playstation. Praticamente tudo está lá, com exceção das alavancas analógicas, que foram trocadas por estranhos touchpads. A função é a mesma, mas é preciso muita prática para dominar o controle com elas. A vantagem é que o controle é compatível também com os emuladores de outras plataformas.
O processador aguenta bem o tranco de jogos mais pesados, e a jogabilidade foi bem adaptada para os controles do aparelho. O problema é que os games propriamente ditos não receberam o mesmo polimento. Os gráficos dos games de Playstation ficam meio esticados na tela widescreen, e alguns bugs na interface comprometem um pouco a diversão.
Outro problema é justamente a portabilidade com os games de Playstation: dos 5 games que vem na memória, apenas Crash Bandicoot veio do Playstation. Os outros títulos – FIFA 10, Bruce Lee, Star Battalion e The Sims 3 – podem ser encontrados na Android Market comum. Há até uma interface diferente para navegar pelos jogos dos diferentes sistemas, o que não é muito prático.
Logicamente, há vários jogos de Playstation que podem ser comprados online, mas o preço da maioria – cerca de 6 dólares – pode acabar não compensando a compra, para aqueles que já curtiram os games no console original e queriam apenas matar a saudade.
Por fim, a tela com pouco brilho complica a vida de quem quer jogar ao ar livre, e prejudica a ideia de que um console portátil é feito para ser jogado em qualquer lugar.
Em resumo, o Xperia Play é a primeira tentativa da Sony de unir o útil (celular) ao agradável (videogame). Pode-se dizer que ela fez um bom trabalho em vários aspectos, mas o apelo do aparelho junto ao público gamer pode ficar comprometido pelo preço dos títulos, e pela conversão um pouco mal planejada deles.
Lembrando que a própria Sony deve lançar em breve o NGP, aparelho que não será um celular, mas promete ser o próximo passo em termos de consoles portáteis multifuncionais.