Missão passada já havia encontrado vestígio de ouro
O solo lunar é mais rico do que se pensava até agora, com vestígios de prata em meio a uma mistura complexa de elementos e componentes encontrados dentro de uma das crateras da Lua, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira (21). Pesquisadores da Universidade Brown, nos Estados Unidos, que analisaram partículas de poeira lunar, obtidas por uma colisão organizada pela Nasa (agência espacial americana) no ano passado, descobriram uma surpreendentemente rica mistura que, além de prata, inclui água e compostos como hidroxil, monóxido de carbono, dióxido de carbono, amônia e sódio livre.
O geólogo Peter Schultz, chefe das pesquisas, publicadas na revista Science, comentou os resultados.
- Esse lugar parece um baú de tesouros de elementos, de compostos que foram liberados por toda a Lua, e pararam neste local, em permanente escuridão.
As partículas lunares foram coletadas quando um foguete da Nasa atingiu a Lua há cerca de um ano, dando aos cientistas a oportunidade de aprender sobre a composição do solo nos polos da Lua, algo que nunca havia sido examinado.
As descobertas foram feitas pelo Satélite Lunar Crater Observing and Sensing, da Nasa, ou missão LCROSS, um experimento de R$ 134 milhões (US$ 79 milhões) que enviou um foguete para colidir com a cratera Cabeus, no polo sul lunar.
O foguete acertou a cratera a uma velocidade de 9.000 km/h, provocando a elevação de uma enorme nuvem de material do fundo da cratera, que permaneceu intocado pela luz do Sol durante bilhões de anos.
Minutos após o envio do foguete, foi lançada uma nave equipada com câmeras para registrar os efeitos do impacto.
Em novembro do ano passado, a Nasa divulgou as primeiras revelações do experimento, ao anunciar a descoberta de uma "quantidade significativa" de água congelada na Lua.
Schultz destacou em seu estudo que as missões Apolo, realizadas décadas atrás, já haviam encontrado não apenas vestígios de prata, mas também ouro, na face da Lua voltada para a Terra. Mas a descoberta de prata na cratera Cabeus sugere que átomos de prata de toda a Lua migraram para os polos.
Schultz advertiu, no e entanto, que a relativamente escassa concentração de prata detectada na cratera "não significa que possamos minerar a Lua para extraí-la".