Deparando-me com minha pesquisa diária pela a web, vi uma notícia no mínimo curiosa em pelo menos dois websites internacionais, que tratavam basicamente do mesmo conteúdo: a confusão em torno das AMD Radeons série 6000.
Ao que parece, as informações em torno da nova geração de GPUs da AMD estão “trocadas”, ao menos em parte. Conforme apurado, o que se chamara de Southern Islands (SI) seria na verdade Northern Islands (NI) e vice-versa!
Até então, pensava-se que a Northern Islands seria uma geração completamente nova de GPUs, enquanto que a Southern Islands seria apenas uma versão “ampliada e revista” da Evergreen. Ledo engano. A SI seria na verdade a versão em 28nm do NI!
A confusão teria sobrado, ou melhor, iniciado com a TSMC. É que a fundidora teria cancelado o processo de fabricação de 32nm menos de um mês antes da AMD ter finalizado o projeto da Northern Islands (que teria litografia em 32nm).
As GPUs baseadas na NI foram chamadas de Cozumel, Kauai e Ibiza, sendo “reveladas” sem nenhuma cerimônia. E os nomes dos chips “tapa-buracos” vieram à tona no mesmo período em que se ouviu pela primeira vez o nome Southern Islands, causando assim a confusão. A família de GPUs “tapa-buraco” não teve codinomes de início, sendo então chamada de NI-40 e em seguida apenas de NI. Isso aconteceu no mesmo período que as informações dos chips de 28nm começaram a surgir pela a web, o que gerou, portanto a troca dos nomes das famílias.
Internamente os codinomes Cayman e Barts foram colocados em seus lugares e então eventualmente tornaram-se a fazer parte da linha NI.
Resumo da ópera: a Southern Islands seria na verdade a versão “atualizada e revista” da Northern Islands de 40nm, trazendo assim uma litografia mais refinada de 28nm e mais stream processors.
Desfeita a confusão (ou se preferirem, feita a confusão!) as Radeons HD série 6000 (portanto Northern Islands – pelo menos de acordo com os mais recentes rumores) não seria meramente a mesma linha Evergreen com mais Stream Processors. Ela teria um novo motor de processamento de shaders, alterando o atual arranjo de 5 unidades (4 simples + 1 complexo) para um arranjo uniforme de 4 unidades de média complexidade.
A princípio esse mudança não acarretaria lentidão no atual modo de cálculo de shaders simples, trazendo como vantagem, maior velocidade na maioria das operações complexas. A razão é simples: embora uma unidade de complexidade média não leve o mesmo tempo que uma unidade alta complexidade para o cálculo de operação, em compensação, há mais unidades médias a disposição, aumentando assim a eficiência global.
Apesar das 4 unidades de shaders de média complexidade serem bem maior do que um único de alta complexidade, a eliminação de 4 unidades simples acaba que resultando em um arranjo menor do que as atuais Evergreen, além de serem mais eficientes.
Com o ganho de espaço, a AMD pode aumentar a quantidade de stream processors. Apesar disso, acredita-se que a Northern Islands será de 10 a 15% maior do que a atual linha Radeon 5000, ou seja, die com área em torno de 380-400mm2. Em compensação, o ganho em performance seria algo descomunal, chegando a picos de 60% sobre as Evergreen.
Falou-se ainda que a AMD lançaria as Radeons HD 6000 no dia 12. Na verdade, neste dia a companhia utilizaria para realizar um evento relacionado à nova geração (algo como ocorreu com as Radeons 5000, onde se apresentou primeiro a tecnologia Eyefinity). O que se comenta agora é que as NI chegariam no dia 25 de outubro, mais precisamente a linha 6700. Nas semanas seguintes seriam lançadas as 6800 e 6900, ficando as linhas intermediárias de baixo custo e entrada para o primeiro trimestre de 2011.
Caso as previsões se confirmem, a NVIDIA estaria em sérios apuros, uma vez que muito provavelmente não conseguiria ter uma resposta a altura antes da chegada dos chips de 28nm. Uma eventual saída seria diminuir ainda mais a minguada margem de lucro de suas GPUs, algo nada agradável para empresa alguma.