Não é atoa que a evolução dos jogos eletrônicos estejam cada vez mais próximo da realidade.
Antes o mundo virtual se resumia apenas em alguns pontos brilhantes e traços vetoriais no mundo eletrônico, mas no mundo de hoje vemos na tela de um computador imagens de arrancar suspiros até dos não aficionados por este mundo.
O foto-realismo dos jogos tem realmente surpreendido jogadores do mundo todo, mas não só os jogadores e sim pessoas comuns que não curtem jogos tem se admirado chegando muitas vezes a se confundir, olhando para jogos e se perguntando se aquilo exibido na tela é vida real. Entretanto nem só de foto-realismo se traz a experiência do mundo real para os jogos, ou seja, o mundo virtual.
Para deixar os jogos com elementos cada vez mais próximo da vida real, algumas empresas têm demonstrado interesse em deixar esta experiência bem mais imersiva e impactante trazendo elementos tão simples, mas que realmente fazem a diferença deixando os jogos mais próximo da nossa natureza, coisas como uma simples folha caindo de uma arvore até um edifício sendo demolido no centro de Nova York.
Sem mais delongas, a empresa a ser abordada agora, é nada mais, nada menos que a Naughty Dog com seu mais novo jogo, The Last of Us a ser desenvolvido para o sistema PS3.
The Last Of Us:
O enredo do jogo mostra a fuga de uma jovem Ellie e um senhor de aproximadamente 45 anos, o Joel. Os dois saem em busca da sobrevivência em meio ao caos em um mundo pós-apocalíptico cheio de mistérios devido a uma infestação que devastou o cotidiano da vida normal de uma cidade fazendo seu povo entrar em choque.
O vídeo inicial do jogo apresentado na última feira de jogos, um dos maiores eventos de jogos do mundo, a E3, mostrou uma demonstração do jogo The Last Of Us que já deu para sentir um pouco do que teremos no alto padrão de qualidade que teremos no jogo.
No início da demo podemos ver a Ellie e o Joel selando a porta de dentro de um estabelecimento comercial, precisamente um Café, local onde aparentemente se encontraram após a fuga de inimigos. Logo em seguida, ao sair do local, deparamos com um belo e rico cenário muito vivo de uma cidade cheia de destruição e vegetação juntos, uma espécie de selva-urbana, já que o jogo se passa num mundo pós-apocalíptico onde a vida já não é mais a mesma na cidade após o desastre ocorrido.
O que podemos notar é uma vegetação viva, mesmo que seja uma pequena planta num jarro ao lado, ela se move devido a ventilação do ambiente.
O som ambiente é realmente algo primordial para dar mais vida ao ação assim como a ação e interação dos personagens. O som claro dos pássaros ecoando pela cidade deserta, o som do vento passando e as vozes distante dos inimigos dentro do edifício mostrando a distancia de sonoridade que demonstram o cuidado com detalhes pequenos que mostram a diferença de um bom trabalho feito pela equipe sonora.
A ação tomada por Ellie e Joel ao perceber os inimigos dentro da sala, mostra exatamente a questão do que seria no mundo real como exemplo do mais forte sempre estar a frente do combate e o mais fraco a procura de abrigo para se esconder, este tipo de comportamento da Inteligencia Artificial quase nunca ou talvez até nunca encontrado nos jogos, coisa que dificulta quando temos o dever de proteger o mais fraco devido ao mesmo sempre estar em fogo aberto face a face com o inimigo e não tentar ao menos esconder-se do perigo, fazendo o jogador jogar por várias vezes aquela mesma fase para tentar livrar seu parceiro da morte.
Logo após apagar seu inimigo com um golpe mata leão, ou seja, sufocando o oponente pelo pescoço, o Joel respira com um ar de cansaço, ofegante, exatamente como a reação que teríamos na vida real depois de uma luta corporal, um esforço físico. Em seguida a arma do seu oponente está no chão e mostra a informação que no revolver calibre 38 só há duas balas, mas o interessante nessa hora, é que, para pegar esta munição, o Joel apanha o revolver do chão nitidamente e abre o tambor da arma para remover as balas, deixando-as cair em sua mão.
Detalhe muito minucioso, algo que não vemos nos jogos, normalmente vemos os personagens passar a mão em cima da caixa de munição e não mostra a quantidade adquirida, ou quando mostra é apenas pegando as armas no chão aumentando o inventário do jogador, pior ainda são jogos que basta caminhar por cima do armamento do oponente caído no chão para pegar sua munição.
Note que ao entrar numa sala logo após o Joel ter alvejado um inimigo, a Ellie se escora num guarda-roupa e logo abaixo dos seus pés há um tijolo, ao perceber que isto poderia ser utilizado como arma, a Ellie apanha-o e carrega em suas mãos esperando o momento certo para usá-lo. A inteligência Artificial realmente foi bem elabora, bem escrita e inserida como parte do jogo e não apenas para fazer número. Outra coisa bem observada é que ao aproximar-se do guarda-roupa e esbarrar nele, as roupas que se encontram lá se movem dando mais realismo as ações executadas de uma maneira geral.
Um detalhe bem interessante, é que, a Naughty Dog está trabalhando muito bem em relação a Inteligência Artificial dos personagens do jogo, tanto os amigos, quanto os inimigos, nota-se que eles são bem cuidadosos com sua retaguarda antes de atacar o Joel. Os oponentes não atacam com valentia sem medo de ser atingido, eles andam calmamente e se escondem procurando atacar o Joel de surpresa como podemos observar no vídeo.
Ao perceber que o Joel faz um dos inimigos de refém, seu oponente a frente reage conforme a uma situação real não disparando, assim ele se irrita xingando o Joel dizendo para largar a arma. Logo após alvejar seu inimigo a frente e executar o seu refém o Joel se abaixa ao perceber um terceiro inimigo chegando. O Joel tenta disparar alguns clicks de seu revolver, mas com o tambor vazio, não sai nenhum disparo, ao perceber que a arma do Joel está sem munição, o inimigo diz conhecer aquele som de arma sem balas e diz que o Joel não tem escapatória, seguindo então na sua direção. Perceba que nesta hora a Ellie arremessa aquele tijolo que ela pegou assim que entrou no quarto bem de frente pro guarda-roupa. Por sua vez o tijolo atinge a face do oponente que espirra sangue e ao chegar próximo a ele, podemos ver o ferimento em sua face.
É nessas horas que a gente vê o quão bem trabalhado está sendo a IA do jogo.
Na seqüência os dois caminham pelos cômodos do ambiente e encontram mais dois inimigos, logo o Joel pede silêncio a Ellie e em seguida ao saber que está sem munição pro seu revolver, o Joel tem o cuidado de tirar sua mochila das costas para pegar um molotov e jogar em seus oponentes.
Logo em seguida ao perceber a presença de um inimigo com uma espingarda 12 na sala ao lado, o Joel espera o momento certo para tentar uma luta corporal e tomar-lhe o armamento, com o sucesso obtido, Joel não esperava por um ataque surpresa e acaba sendo atingido em sua face com um pedaço de madeira, Joel vai ao chão e seu inimigo cai em cima dele numa luta corporal, podemos ver claramente o sangue escorrendo do nariz do Joel, em meio a lua, a Ellie acerta o inimigo com uma faca nas costas, ação que ajuda seu amigo ter exito e derrubar o oponente. Após a luta, Joel leva a vantagem e sem piedade de seu oponente, dispara-lhe um tiro na face.
Percebemos que toda ação e reação tomada por Joel e Ellie é realmente bem pensada, agindo como se fosse mesmo algo real. A IA do jogo é algo muito bem implementado assim como a interação e riqueza do cenário. A comunicação do Joel e Ellie é bem natural, bem distante daquelas respostas robóticas que estamos acostumados a ver tais como: "Go, go, go..., Ok, Roger!". Sim, os diálogos são bem trabalhados deixando o jogo realmente com uma característica natural e gostosa de se ver.
Outro ponto interessante é a reação do Joel ao perceber que está sem munição e do seu oponente ao ouvir os clicks sem disparo.
Estamos acostumados a atirar freneticamente como se tivéssemos uma fabrica ou loja de munições, porém, esqueça isso ao jogar The Last Of Us, a idéia do jogo é comandar o Joel e sua amiga na luta pela sobrevivência e não o extermínio dos oponentes como se fossemos soldados das forças especiais amplamente armados e equipados prontos para a guerra. Poupe sua munição, pois te servirá e será mais útil no futuro. Pense como se você, um cidadão comum, vivesse essa situação semelhante ao Joel e Ellie, pois jamais encontraríamos armamento como se fosse brinquedos espalhados em quarto de crianças.
Ao que tudo indica The Last Of Us vai utilizar o sistema de força do personagem medido através de uma barra de saúde a moda Velha Guarda, mais conhecido como, Old School. Então, esqueça de bancar o herói invencível testa de ferro, peito de aço e correr desenfreado atirando em tudo e todos como fosse invencível, pois a guerra se vence por inteligência e não por brutalidade, a brutalidade pode até existir, mas numa medida certa sem tirar o pensamento racional quando se deseja ter exito numa batalha.
Pontos muito bem trabalhados pela desenvolvedora. A demo do jogo é algo ainda bem resumido, nada de código final por momento, muita coisa será trabalhada para deixar a jogatina bem mais viva e imersiva deste promissor jogo desenvolvido pela Naughty Dog.
Todos os elementos peculiares estão sendo muito bem pensado por parte dos produtores e deixando algo bem impressionante, é algo fenomenal, uma fantástica obra de Arte Visual.
A Naughty Dog realmente sabe como impressionar o público e os críticos na construção de um jogo, não é a toa que a mesma detém o premio de Melhor Arte Visual nos últimos dois grandes trabalhos com Uncharted 2 Among Thieves e Uncharted 3 Drake's Deception e isso na maior parte das premiações anual dos jogos eletrônico e principalmente na premiação Oficial realizada pela SpikeTv, a Video Games Awards
Confira abaixo toda descrição da demo do jogo The Last Of Us: